domingo, 13 de dezembro de 2009

PAGAMENTO POR DESEMPENHO

Recompensar serviços médicos de boa qualidade com uma melhor remuneração é a grande sacada para produzir resultados mais satisfatórios no setor de saúde suplementar.

Uma das formas de se fazer isso é o inovador método de pagamento por desempenho, aumentando a preocupação com a boa saúde dos beneficiários e não com a massificação do atendimento em grande escala, quando são cobrados maior número de procedimentos em detrimento da qualidade dos serviços.

Um sistema de remuneração por desempenho exige critérios e rotinas preestabelecidas, livre, entretanto, de processos ou normas de conduta que possam engessar o atendimento ou limitar o tempo e a liberdade de decisão por parte dos profissionais envolvidos, conforme cada caso.

Para remunerar por desempenho é preciso acompanhar os resultados em termos de valor em saúde, cujo acompanhamento produz informações importantes para a melhor gestão dos recursos. A negociação das tabelas de honorários profissionais e o controle desconfiado do que eles fazem, como ocorre atualmente, não é exatamente um sinal de que aí estaremos diminuindo os nossos custos.

Na verdade, a qualidade no atendimento médico e a consequente melhora da saúde da carteira que serão obtidas após a adoção destes novos critérios é que vão reduzir os custos assistenciais, elevando a satisfação dos beneficiários.

Este é mais um dos caminhos para o fortalecimento do setor. Acreditem.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

www.fermon.com.br

 

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A CADEIA DE VALOR EM SAÚDE

Recebi do Dr. Emerson Fidelis, Presidente da UNIMED - Federação Minas, o livro A Cadeia de Valor em Saúde com uma proposta de reorganização da atenção na saúde suplementar, junto a uma carta na qual ele manifesta sua crença em contribuir para a transformação do setor através desta excelente obra.

A publicação não está disponível para comercialização, o que é uma perda para as operadoras por ser indispensável em nossas prateleiras, juntamente com o primeiro volume da coleção, sobre modelo cuidador.

No livro, o conceito de valor em saúde é definido a partir do ponto de vista do paciente, sendo uma grande inovação contra o pensamento predominante de esforços administrativos e operacionais, mas de pouca dedicação aos anseios do usuário final.

O que hoje vemos é a preocupação em definir preços sempre que possível espremendo para baixo, em aumentar a fiscalização e as benditas auditorias médicas, com glosas quase sempre irrecuperáveis, mas nada com relação ao desempenho dos profissionais ou à melhoria do paciente, oferecendo maior tempo e dedicação à sua saúde.

Talvez se deixarmos de lado o excesso de controles fiscalizatórios e passarmos a acompanhar com maior afinco a satisfação e a melhoria no atendimento dos beneficiários, possamos assistir a uma verdadeira revolução de conceitos, com o aumento do valor em saúde de toda a cadeia prestadora de serviços.

E assim todos serão felizes para sempre!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

DEIXEM A GEAP EM PAZ !

Como se não bastasse as agruras em que vive o setor de saúde suplementar, com a maioria das empresas se equilibrando perigosamente na difícil linha entre custos e atendimento, a GEAP vem sofrendo constantes interferências externas em sua administração, o que nos faz duvidar até que ponto ela vai resistir.

Tudo começou com o TCU impondo restrições aos convênios que não sejam dos três patrocinadores originais (Ministérios da Saúde, Previdência Social e Trabalho), em face da apelação de uma empresa do setor privado. O relator foi o honrado Ministro Ubiratan Aguiar, hoje presidente daquela Corte, a quem conheço há mais de 40 anos e posso assegurar que ele nunca utilizou a GEAP. Portanto, desconhece a sua importância para nós, pobres servidores e dependentes de outros órgãos.

O assunto ainda está no Supremo Tribunal Federal sob vistas do Ministro Ricardo Lewandowski para ser decidido; agora o deputado Celso Russomano, está questionando a GEAP através da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, para verificar a aplicação de recursos destinados à assistência médica.

Apenas quem não tem o menor conhecimento das peculiaridades dos planos de saúde é que pode dificultar a vida da GEAP, quando todos nós deveríamos, isto sim, ajudá-la a cuidar dos seus quase 350 mil idosos, centenas deles com mais de 100 anos de idade.

E é claro que o mercado está de olho nos clientes que ficarem desamparados! Quem não estaria?

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A SAÚDE SUPLEMENTAR NA SEGURANÇA PÚBLICA NÃO É UTOPIA. É FATO.

Um dos programas mais bem concebidos e exequíveis do Governo é o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – PRONASCI, que completou 2 anos no mês passado e prevê, entre outras coisas, o Sistema Nacional de Atenção à Saúde dos Servidores da Segurança Pública.

E a palavra mágica, como não poderia deixar de ser, é prevenção! Não só nas ações de segurança propriamente ditas, com medidas voltadas para jovens de 15 a 24 anos com o risco de se envolver na violência que está em sua volta, mas também com uma política de valorização e motivação dos profissionais a partir do seu ingresso na profissão.

A atenção à saúde desses servidores é considerada como tema urgente na valorização da classe e envolve, no nível federal, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Sistema Penitenciário Brasileiro; no nível estadual, as polícias civil e militar e no nível municipal, os guardas municipais.

A sobrecarga física e emocional ou o envolvimento em ações de alto risco mais a pressão da sociedade causam elevado nível de estresse e de sofrimento, justificando maior atenção à saúde desses profissionais.

Especificamente, serão promovidas ações na prevenção e tratamento de problemas associados a drogas e tabagismo, estresse, hipertensão arterial, diabetes e também na promoção da saúde, incluindo a saúde bucal.

O programa do Governo Federal pensou em tudo, até mesmo na preparação para a aposentadoria. Que Beleza!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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terça-feira, 27 de outubro de 2009

A FESTA DA LAJE

Durante o II Seminário de Atenção à Saúde promovido na semana passada pela ANS, eu me senti como se estivesse naquela festa que as pessoas fazem sobre a laje, quando concluem uma etapa importante – e suada – na construção de uma obra, embora a comparação não seja lá muito apropriada.

Construir uma cultura de atenção à saúde é uma tarefa tijolo a tijolo neste terreno tão carente de organização e isso a ANS tem feito com afinco. Desta vez, abordou os critérios para a implantação de diretrizes clínicas e também da qualificação assistencial, entre outros temas.

Enquanto a maioria das nossas operadoras de planos de saúde ainda está se movimentando para criar seus próprios programas de prevenção, algumas tentando se enquadrar nas normas para obter os benefícios da Resolução Normativa Conjunta 001, do início deste ano, a ANS já avança na obra arquitetando o processo de atenção à saúde.

O que ainda falta, é a presença de entidades representativas do setor de serviços, como o NEAD, SINESAD, ABRAHCARE, etc., hoje preocupadas apenas com o rentável negócio da internação domiciliar (Home Care).

O clima de festa foi por conta das cerca de 300 pessoas que compareceram ao evento, conscientes de que a Agência está no caminho certo da regulamentação e que estamos aos poucos tornando o nosso sistema de saúde suplementar um dos mais bem construídos de que se tem notícia.

Ainda bem que a laje é figurativa para agüentar o peso de tanta gente!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PLANOS DE SAÚDE SÃO CRITICADOS EM NOVELA DA GLOBO

As novelas da Globo sempre retrataram a realidade brasileira em suas diversas faces, crueis ou festivas.

Ontem, lá pelas 10 da noite, no que seria a novela das oito, assisti à personagem de supervisora proibir a médica de atender por mais de 20 minutos uma paciente de plano de saúde.

Este é o espelho da nossa realidade. As operadoras fazem de conta que pagam e os hospitais fazem de conta que atendem. O paciente faz de conta que foi atendido e a saúde no país sai perdendo. Aliás, todos saem perdendo nesse jogo de faz de conta.

Consulta – como no caso da novela – não tem que ser feita em hospital e sim, em clínicas ou postos de saúde, sejam eles públicos ou particulares.

As fontes pagadoras, autogestões ou planos privados, devem começar a credenciar clínicas médicas com o fim específico da regulação e do encaminhamento, dando a seus médicos tempo suficiente para um bom atendimento.  Não seria demais exigir a abertura de um prontuário eletrônico via web, com a história clínica do paciente incluindo os exames complementares que não precisariam mais ser repetidos, se ainda válidos.

Com isso, a grande maioria dos casos estaria resolvida ali mesmo, devolvendo o paciente para sua casa, diagnosticado e muitas vezes tratado, liberando os hospitais para casos mais complexos, que são sua verdadeira vocação.

Este é o nosso sistema, com cada vez mais personagens insatisfeitos, seja prestador, operadora ou usuário. Coitados!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

NEGÓCIO DE GENTE GRANDE

O experiente consultor e conferencista Pedro Fazio alerta, na Saúde Business, sobre novo mercado em formação. A imprensa informa sobre a ambição da CASSI de entrar no mercado privado de saúde, com o apoio financeiro da poderosa PREVI, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

Este é o cenário do mercado de saúde suplementar no Brasil, cada vez mais se concentrando não mãos de grandes empresas ou de autogestões do setor público.

As pequenas operadoras, agora sem fôlego, não devem prosperar por muito tempo, salvo se tomarem algumas decisões corajosas e bastante inovadoras na gestão de suas carteiras, o que é muito difícil de acontecer.

Volto a me referir, então, sobre a necessidade de um intenso trabalho de atenção à saúde por parte das operadoras, não só de pessoas idosas, que custam mais, mas também de sua população saudável, que vai envelhecer mais do que antes.  Provavelmente também vai diminuir o número de jovens que financiam o sistema, dentro daquele velho princípio de que quem não precisa paga para quem precisa.

Portanto, os grandes Planos de Saúde que se cuidem, agora que estão avançando no mercado. Ao longo dos anos, vimos gigantescas corporações dos mais diversos ramos quebrarem exatamente por falta de planejamento de longo prazo, excesso de confiança diante do sucesso então obtido e, enfim, por absoluta falta de previsão.

Neste caso, a previsão está prevista, é prevenção.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ESTÃO MATANDO A GALINHA DOS OVOS DE OURO

Não há hospital privado neste país cujos proprietários não estejam cheios da grana. Não há operadoras de planos de saúde em que também seus donos não estejam transbordando de prosperidade.

Por que será, então, que o nosso sistema de saúde suplementar gera tantos descontentamentos, com médicos insatisfeitos devido à baixa remuneração e os usuários em constante pé de guerra?

Culpar as decisões judiciais ou a ANS é sempre mais fácil, porque transfere a responsabilidade, mas não resolve o problema que se agrava cada vez mais, como vemos diariamente na imprensa.

Não adianta achar que as decisões da Justiça serão a favor do capital e não em defesa da vida. Aí não seria justiça!

E qual é a solução? Prevenção, prevenção e prevenção. Ou seja: Identificar os usuários pelos clássicos três níveis de prevenção primária (promoção da saúde), secundária (controle e exames regulares) e terciária (gerenciamento de doenças).

A efetividade na prestação desses serviços seria garantida por um prontuário eletrônico único com toda a história clínica do paciente, inclusive relativa a hábitos de vida e ao consumo de medicamentos, via web, esteja ele onde estiver.

De posse dessa “fotografia” da carteira, mãos à obra. Poderemos reduzir custos, aumentar salários, melhorar a qualidade de vida dos assistidos e logo, logo, todo o mundo estará satisfeito.

Se continuarem como estão, os planos de saúde e os hospitais, coitados, estarão matando a galinha dos ovos de ouro.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

 

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CRESCENDO PARA OS LADOS - OS DESAPOSENTADOS

Não, não estamos falando de baixinhos gordos e glutões ou de pessoas que ao se aposentarem se entregam ao vício da gula e da ociosidade. Nosso tema é um fenômeno mundial com visível destaque na população brasileira: o aumento do número de idosos em plena forma.

Basta olhar os dados de transição demográfica no Brasil e veremos que, além de diminuir a taxa de fecundidade, isto é, o nascimento de novos rebentos, o número de idosos no Brasil está crescendo muito.

Portanto, na pirâmide gráfica do IBGE vemos que reduziu a base de jovens e aumentou a faixa da população mais velha, com uma forte tendência de crescimento para os lados, do número de pessoas com mais de 60 anos que se preparam para a aposentadoria.

Muitas dessas pessoas querem curtir o merecido ócio de pernas pro ar, em algum lugar bucólico do planeta. Outras querem, enfim, tirar os sonhos da gaveta e partir para o negócio próprio com que sempre sonharam; talvez andar de moto pela estrada afora ou, quem sabe, se dedicar a algum trabalho voluntário.

Por essa razão, a preparação da aposentadoria desse enorme contingente de pessoas com plena disposição para trabalhar ou para curtir a vida, vem sendo vista como um forte estímulo nas relações trabalhistas e os planos de saúde mais uma vez estão diante da possibilidade de inovação, adotando estratégia idêntica para conquistar seus clientes e em última análise, reduzir seus custos.

Sempre é tempo de começar!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

QUE TAL O SITIO DA ANS NOS FINAIS DE SEMANA?

Aqueles que quiserem utilizar o sitio da ANS nos finais de semana, podem. Mas não pensem que vão encontrar lazer com churrasqueiras, piscina e frutas no pomar. Esse sítio é para os muito ocupados que não têm tempo de utilizá-lo durante o dia-a-dia de seus escritórios.

Lá encontrarão informações atualizadas, as atas de reuniões da diretoria, legislação e muito outros dados sobre o setor de saúde suplementar, com bastante informação.

Neste momento, já está publicado no Portal (no site, no sítio? – Não sei mais) o Caderno de Informação da Saúde Suplementar, edição de setembro de 2009, com algumas inovações e registros até o mês de junho deste ano, de grande interesse para os profissionais que atuam na área.

Por tudo isso é muito engraçado esses organismos oficiais tratarem por “sitio” seus portais ou páginas da Internet, sem reconhecer o termo em inglês (site), utilizado em todo o mundo. Principalmente a boa ANS.

Poucas pessoas gostam mais da Agência Nacional de Saúde Suplementar do que eu, não só pelo esforço que vêm fazendo para regulamentar o setor, como pela seriedade do seu atual presidente, com quem tive um breve convívio há alguns anos, ainda no Ministério da Saúde, antes que ele assumisse seu atual cargo.

Mas, paciência! Porque não chamar Portal, páginas da Internet ou mesmo site?

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

IMAGINE O PLANO DE SAÚDE DOS SONHOS. É POSSÍVEL CHEGAR LÁ.

Imagine se um plano se saúde fosse visto como um especialista em saúde e o maior defensor dos seus membros.

Imagine se um plano de saúde informasse e aconselhasse os seus membros e reduzisse a ansiedade da doença.

Imagine se os membros soubessem que seu plano de saúde se dedica a obter o melhor prestador para a condição de saúde deles, e recebessem o tratamento mais eficaz e atual.

Imagine se os planos de saúde assumissem responsabilidade por ajudar um paciente a transitar pelo sistema.

Imagine se os membros e os planos de saúde trabalhassem juntos para manter o membro saudável.

Imagine se os interesses dos planos de saúde, pacientes, prestadores e patrocinadores do plano estivessem todos fundamentalmente alinhados.

Se os planos de saúde fossem dedicados à saúde, as conseqüências em termos de criatividade, inovações e valor da assistência seriam enormes.

“Texto transcrito do livro Repensando a Saúde, de Michael Porter e Elizabeth Teisberg. Tradução de Cristina Bazan. Consultoria Supervisão e Revisão Técnica da equipe Amil.”

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

CRIANÇAS DE HOJE, CLIENTES DOS PLANOS DE SAÚDE AMANHÃ

Precisamos construir o futuro na saúde suplementar sobre bases resistentes e duradouras. Estas bases são as nossas crianças, que para ser sempre saudáveis teem que ser acompanhadas por toda a vida desde os seus primeiros momentos.

Eu não entendo a pisada de bola dos planos de saúde com relação aos pediatras de Brasília. Nada melhor para essas empresas do que uma carteira saudável por muito tempo, o que naturalmente se consegue com uma boa assistência prenatal e um bom acompanhamento médico do futuro beneficiário.

Ainda presas a conceitos antigos de quanto menos pagar, melhor, as operadoras insistem na briga por tabela de preços com a Sociedade Brasileira de Pediatria - DF, resistindo a remunerar o que os pediatras consideram o preço justo.

Esta seria, a meu ver, a grande oportunidade de dar início a uma forte mudança de conceitos com relação ao pagamento dos médicos, para termos uma população mais saudável no futuro. E o futuro são as crianças de hoje.

O pediatra justamente remunerado poderá executar seu serviço com mais dedicação e todos sairão ganhando, inclusive os planos de saúde, porque terão carteiras mais saudáveis e deixarão satisfeitos os pais de hoje, que, enfim, são quem financiam o sistema. No final das contas, é mais barato.

Economizando nas ações preventivas, inclusive da população idosa, teremos bons resultados, menores custos e todo mundo satisfeito. Este é o caminho.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A DOENÇA DOS HOSPITAIS DE BRASÍLIA

Eu já disse por aqui que em caso de doença grave que me obrigue a viver em hospitais, eu prefiro logo uma boa morte.

Ontem passei o dia observando a emergência de um dos melhores hospitais particulares de Brasília, que tem nome de santa e que – dizem – está sendo vendido a um sócio de outros hospitais na Capital Federal, dos quais o principal deles, que fica do lado, também tem nome de santa. Todos muito caros.

Ver a desordem reinante ali me deixou esperançoso de que a sociedade, o Ministério Público ou quem mais tiver poder na Corte deve fazer alguma coisa para melhorar serviços tão deprimentes.

Gente em maca nos corredores, abanados pelos parentes para aliviar o calor, outros gritando de dor em cubículos com dois leitos cada e os funcionários amontoados entre conversas e anotações num posto de enfermagem que mais parece uma guarita. Havia enfermeiras com jeito de boazinhas, mas a maioria das que eu vi estava mesmo com cara de eu-odeio-tudo-isso.

A rede de hospitais privados em Brasília tem poucos hospitais, uns pertencentes a três operadoras e outros a alguns médicos bem aquinhoados. Por isso os preços praticados estão entre os mais caros do país, assim como os gastos com materiais, medicamento e exames.

As operadoras que custeiam o setor, a maioria de autogestões do serviço público é generosa e não quer privar seus assistidos do melhor atendimento, mas esquecem de exigir melhorias na qualidade.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

DE OLHO NO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO

Está na hora de as entidades e agências reguladoras abrirem os olhos para um prontuário eletrônico padrão no Brasil, que atenda via web a hospitais, clínicas e operadoras de saúde pública e privada, regulamentando a questão.

Hoje, proliferam no mercado as ofertas de prontuários eletrônicos de pacientes (PEP) dos mais variados tipos e quase sempre no formato customizado, ou seja, conforme o gosto do freguês.

Sabemos que mais cedo ou mais tarde as informações terão que ser compartilhadas com outros sistemas, não só para que todos tenham a história clínica completa do paciente, mas também pela portabilidade no caso dos planos de saúde.

Ao nos preocuparmos com a padronização do que deve e não deve constar no PEP e como os respectivos sistemas “conversarão” entre si, levamos os olhos para o futuro quando os nossos filhos já receberão o prontuário médico ao nascer, cujo registro o acompanhará até o último dos seus dias, estejam onde estiverem.

A Sociedade Brasileira de Informática em Saúde fará um congresso neste ano tendo o registro eletrônico como o tema central, o que é uma grande iniciativa, mas precisamos de mais, muito mais. E logo.

O setor público, por exemplo, começa a enveredar por esse caminho da solução interna, no caso a Justiça Federal que, com o chamado registro público de preços, permite que outros órgãos adotem idêntico modelo, evitando uma nova licitação, independentemente do que acontece no mundo exterior.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O SELO DE QUALIDADE DA ACREDITAÇÃO

A acreditação de operadoras de saúde e de empresas de assistência domiciliar, estas fiscalizadas pela ANVISA e que são a tendência do setor, está na pauta da ANS diante da prioridade na atenção ao cuidado de pacientes crônicos e na prevenção de doenças. Prioridade que reduz custos e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

O número de estabelecimentos de saúde com certificações concedidas pela ONA – Organização Nacional de Acreditação é ainda pouco significativo. Com cerca de 130 mil estabelecimentos de saúde no Brasil, apenas cerca de duzentos obtiveram o selo de qualidade da acreditação até agora.

Faltam políticas públicas que estimulem a qualificação dos serviços e iniciativa do setor privado pela melhor qualificação da rede prestadora de serviço, através da ONA, entidade reconhecida pelo Ministério da Saúde e pela ANVISA (falta a ANS) para coordenar o Sistema Brasileiro de Acreditação, para definir a sistemática de avaliação, elaborar os padrões de qualidade e capacitar os profissionais para o exercício dessa atividade.

Embora haja controvérsias, criar uma remuneração diferenciada para os estabelecimentos acreditados nos três níveis – estrutura, processos e resultados – é uma das soluções para a melhoria do atendimento na rede de prestadores de serviços de saúde e para reduzir a burocracia, melhorando a confiança do setor.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e autor de estudo sobre acreditação hospitalar realizado em 2003 para o Ministério da Saúde

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

AS DIFICULDADES DA GEAP COMO EXEMPLO

O setor de saúde suplementar no Brasil movimenta mais de 40 bilhões de reais ao ano com seus 50 milhões de beneficiários, mas a sobrevivência das operadoras tem um futuro incerto, pois a demanda cresce e se nada for feito, os custos serão tão altos que a população não poderá continuar pagando por esse compromisso.

Tomemos como exemplo a Fundação GEAP, autogestão em saúde de boa parte dos servidores federais. Segundo ouvi de sua Diretora Executiva, Regina Parisi, mais da metade dos seus 700 mil beneficiários tem mais de 59 anos de idade e são, portanto, idosos.

Caso a GEAP não se dedique em tempo integral a cuidar dessa turma, ela – a operadora – não vai sobreviver. Não bastam programas bonitos. Tem que ter atitude diária, proativa, na atenção ao cuidado dos pacientes de alto custo, mas também junto àqueles que se consideram saudáveis e se descuidam da sua saúde por desinformação, negligência ou por falta de recursos. Estes precisam também de um programa de prevenção efetivo com monitoramento permanente.

Tudo isso, sem esquecer do bom relacionamento com a rede, que poderá se unir nessa luta desde que num ambiente mais colaborativo.

Assim como a GEAP, muitos outros planos, privados ou não, ainda não se dedicam a programas de promoção da saúde, prevenção de doenças e atenção ao cuidado de forma prioritária e abrangente, como tem que ser feito.

Esta é uma questão de sobrevivência do sistema e de qualidade de vida para todos.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O RESSARCIMENTO DAS OPERADORAS PELO DPVAT - FENASEG

A restituição ao SUS em casos de atendimento médico prestado pela rede pública aos beneficiários de planos de saúde é ainda muito controversa, pois sabemos que a saúde é um direito de todos e os recursos da saúde pública veem dos impostos que pagamos. Em nenhum momento podemos renunciar a este nosso direito.

Incompreensíveis mesmo, são os casos de atendimento médico de acidentes de trânsito, quando envolve beneficiários de planos de saúde: a FENASEG simplesmente nem pensa no ressarcimento às operadoras.

O pagamento do DPVAT não é opcional, é obrigatório tenha ou não plano de saúde. Mesmo assim, a seguradora não repassa para a nossa operadora de plano de saúde o valor da cobertura, que é de até R$ 2.700 reais, em despesas. Por que não?

Os recursos arrecadados com o seguro obrigatório em 2008 foram da ordem de 4,6 bilhões de reais. Sim, você não leu errado: 4,6 bilhões de reais, mesmo.

Já é tempo dos representantes de planos de saúde em todo o país buscarem o direito ao ressarcimento do seguro no caso de despesas médicas. É para isso que a gente paga o DPVAT. Os recursos das operadoras são para investir na nossa saúde e é isso que todos esperamos.

Está mais do que na hora de buscarmos esse direito das operadoras e dos usuários junto ao DPVAT - FENASEG. É ou não é seguro?

Alô, alô ABRAMGE! Alô, alô, UNIDAS! Alô, alô ANS! Aquele abraço!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

OPERADORAS, PRESTADORES E USUÁRIOS: BRIGA SEM FIM.

Não é de estranhar que metade das operadoras de planos de saúde, segundo avaliação da ANS, recebeu notas de ruim a péssima e menos de 20% estejam entre as boas ou ótimas.

É comum que nos meus encontros com executivos de operadoras, algumas renomadas, vê-los querendo renegociar para baixo a tabela de preços dos serviços pagos aos prestadores, porque estão preocupadas com seu alto índice de sinistralidade e com as naturais dificuldades financeiras que advirão para a viabilidade de suas carteiras.

Raro é o caso em que encontro uma operadora interessada em se reaproximar dos prestadores, em criar um ambiente de confiança recíproca e até em melhorar a tabela de pagamentos – por que não? – em troca do esforço conjunto pela saúde do paciente e a natural redução dos seus custos que inevitavelmente se seguirá.

Por que essas operadoras não partem para o óbvio, visível por todos, em que o melhor é investir na saúde com formas adequadas de pagamento e um estreito relacionamento com a rede?

Vemos a toda hora casos como a suspensão do atendimento a beneficiários da CASSI, que teve de recorrer à Justiça (À Justiça? Entre parceiros?) ou dos pediatras que se recusam a receber preços baixos para o bom atendimento às nossas crianças.

É possível a união e a conciliação de interesses no trinômio Operadora / Prestador / Usuário. È só tentar.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Pujança do Mercado de Saúde

De repente, as empresas prestadoras de serviços de saúde começaram a se instalar em Brasília. Grandes empresas do setor estão adquirindo carteiras locais para fincar o pé na Capital Federal e pequenas empresas de outros estados começam a ganhar contratos por aqui.

Empresas brasilienses com anos em auditoria, por exemplo, estão começando a prestar serviços em outras áreas demandadas pelas autogestões de Brasília.

Muitas das empresas de fora chegam com um modelo de negócios próprio, em geral não familiarizadas com as peculiaridades locais, e começam errando feio: prática erradas de preços, estratégias comerciais inadequadas e a falta de expertise fora de sua origem, são os erros mais comuns;

Porém, este é um mercado promissor. O Governo do Distrito Federal com quase 170 mil funcionários e dependentes, ainda não tem um bom plano de saúde. O Ministério do Planejamento baixou portaria estimulando a prevenção à saúde dos servidores públicos federais. Ainda muita coisa virá por aí.

Interessante é que, partindo de Brasília, é possível alcançar as Regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste do país, onde também muito há para ser feito. Temos o pujante Goiás aqui ao lado; em Manaus temos a sua sempre crescente indústria; nos estados nordestinos é cada vez maior o crescimento da atividade produtiva e a conseqüente preocupação com a saúde dos funcionários.

Corram, porque o mercado está crescendo.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro.

http://jfermon.blogspot.com/

 

 

 

terça-feira, 28 de julho de 2009

O ELDORADO DA SAÚDE

O presidente da ANS, Fausto Santos, informou que empresas internacionais se manifestaram interessadas no mercado de saúde brasileiro, em reunião na Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) no dia 22 de julho de 2009.

Sua intenção seria alertar as empresas brasileiras do setor, de que o atual modelo de saúde suplementar é um negócio atraente do ponto de vista empresarial e que as operadoras precisam se ajustar para viabilizar o seu negócio, principalmente com o aumento dos custos cada vez mais acentuado.

Com mais de 50 milhões de brasileiros como beneficiários dos planos de saúde, não é de surpreender que esse mercado desperte a cobiça internacional, posto que é um setor ainda muito carente de inovações e de racionalização de suas operações. Há ainda um número não computado pela ANS, de operadoras de autogestão no setor público e em entidades de classe que não se julgam subordinadas às suas regras.

Cerca de um terço dos beneficiários de planos de saúde estão nas regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste do país e só agora as empresas que operam no Sudeste, basicamente no Rio e São Paulo, estão se voltando para esse mercado e se instalando em Brasília, como base de suas operações.

Será este um novo eldorado? O eldorado da saúde privada?

Josué Fermon é consultor em saúde suplementar e blogueiro.

http://jfermon.blogspot.com/

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A ESCOLHA DA MORTE

Nesta semana a revista Isto É publicou uma nota sobre um casal britânico, ele um respeitado maestro com 85 e ela coreógrafa e produtora de TV de sucesso, com 74 anos, que decidiram se suicidar de mãos dadas em uma clínica na Suíça, porque ele estava quase cego e ela sofria de câncer. Tudo isso ao abrigo da lei e com os filhos presentes.

Por que não? Aqui no Brasil esse assunto é considerado eticamente inaceitável e os especialistas dizem que os portadores de doenças graves estão psicologicamente vulneráveis, sem capacidade para discernir o que lhes é mais apropriado.

Eu digo que não. Muitas das pessoas que conheço declaram abertamente que preferem morrer de uma maneira serena e tranqüila a viver prostrado em um leito hospitalar ou em casa, dando despesas e trabalho a seus familiares. São pessoas que não estão debilitadas, gozam de boa saúde e tem plena capacidade mental.

Portanto, são pessoas capazes de decidir o seu destino, como outrora decidiram sobre o caminho de vida a seguir. Agora elas querem continuar decidindo e decidir sobre seu último caminho, ou melhor, sobre antecipar o seu destino final inevitável.

Sei que o tema ainda é tabu entre nós, mas é uma solução bem vista por muita gente em plena consciência para decidir o que é melhor para si e para os que ficam.

É mais um direito de escolha que deveria ser respeitado. Esta será a minha opção quando eu não puder mais sorrir e a expresso em sã consciência. Respeitem-na.

terça-feira, 21 de julho de 2009

GERENCIAMENTO DA SAÚDE COM REDUÇÃO DE CUSTOS

Um paciente bem informado e permanentemente assistido vai saber mais sobre o que é melhor para a sua saúde e vai fazer as escolhas certas. Quanto mais souber sobre o seu quadro clínico em geral, mais fácil será decidir o caminho a tomar, o que não quer dizer que seja necessariamente o mais oneroso.

Não estamos dizendo com isso, que é o paciente que deverá conduzir o seu próprio tratamento. Havendo mais informação haverá mais confiança no plano de saúde e por isso um maior envolvimento do usuário para que não haja excessos na prestação de serviços.

Com efeito, um programa de gerenciamento de saúde desenvolvido individualmente para os pacientes com maior demanda, vai influir definitivamente na redução dos custos de assistência médica e produzir mais satisfação nos usuários.

Os programas de gerenciamento de saúde executados em geral por uma equipe multidisciplinar, atuam efetivamente na troca de informação com o paciente e sua família, trazendo tranquilidade para todos e uma visível redução dos custos com a assistência médica em curtíssimo prazo.

O Plano de Saúde não deve passar a impressão de que objetiva simplesmente a redução de custos, porque isso pode gerar desconfiança; deve deixar claro, isso sim, que a preocupação é com a melhoria da qualidade de vida e a garantia de bem estar para o usuário, de forma absolutamente verdadeira.

É uma mudança de conceitos no relacionamento com o beneficiário que dá certo, acreditem.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Blogueiro

http://jfermon.blogspot.com

 

segunda-feira, 20 de julho de 2009

SAÚDE FÍSICA E FINANCEIRA DAS AUTOGESTÕES

Por algum tempo me dediquei a prospectar e identificar autogestões com ações efetivas no cuidado da saúde de seus beneficiários e – pasmem – poucas são as que tem algum programa consistente e duradouro.

Os gestores em geral estão dispostos a isso, mas da idéia à ação pouco ou quase nada tem sido feito. As dificuldades administrativas, as complicações políticas internas ou mesmo a burocracia, neste caso, principalmente das autogestões do setor público, dificultam a inovação deste segmento no nosso Brasil brasileiro.

Dói, dói muito saber que essas operadoras precisam reduzir custos da sua carteira com ações voltadas para a prevenção de doenças e para o gerenciamento de casos quando a doença já estiver instalada.

Mais do que necessidade do ponto de vista da qualidade de vida dos beneficiários e do aumento da população de risco, é também uma questão imperiosa para o equilíbrio dos custos.

Não há encontro, reunião, seminário ou congresso do nosso segmento que não trate desse tema. Há publicações valiosas sobre promoção de saúde, prevenção e gerenciamento de condições crônicas. Hoje é a agenda nacional do setor!

E como fazer isso? – É simples. Faça uma análise da sua carteira com base nas contas médicas, identifique dentro dos diversos grupos diagnósticos os indicadores de maior gasto e parta para a ação já.

Não perca tempo. É vital para a saúde física e financeira do plano e também para a sobrevivência do sistema.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro.

Jfermon.blogspot.com.br

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SIGNIFICADO DA PALAVRA PACIENTE

Ser paciente num serviço de saúde significa receber atendimento. No dicionário de Aurélio Buarque, pessoa que está sob cuidados médicos é uma das definições atribuídas à palavra.

Citando publicações médicas consultadas internacionalmente, o professor Vicente Vaz, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, diz que paciente é aquele que se submete a um tratamento por doença ou agressão. Vaz ensina aos futuros doutores noções iniciais do exame clínico, contato entre médico e doente.

Por essas informações é possível concluir que, para ser paciente, é preciso receber assistência. Não basta estar doente. Porém, a palavra paciente tem várias denominações. A origem, como lembra o próprio Vicente Vaz, vem do latim: patiens, de patior, que significa sofrer, suportar, aturar. Entre as nove definições que constam no Aurélio, além de resignado, tranqüilo, há vítima, pessoa que padece, doente.

Padecer pode ser mesmo uma condição do paciente do serviço de saúde, mas isso não significa que ele tenha que ser paciente no sentido de conformar-se, esperar que as coisas mudem por conta própria.

Fonte: Jornal do Commercio.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O SUFOCO DAS AUTOGESTÕES

Com operações em geral estruturadas nas áreas administrativo-financeiras e de atendimento-cadastro e quase nada na atenção ao cuidado, onde deveriam prevalecer os programas de prevenção e de gerenciamento de doenças, as autogestões em saúde podem se tornar inviáveis com o crescente aumento de custos pelas razões que todos conhecemos:

  1. Envelhecimento da população
  2. Inovações tecnológicas
  3. Redução das taxas de fertilidade
  4. Ampliação de direitos
  5. Foco no atendimento da demanda e não nos cuidados

Um passo importante que ainda não tem sido levado em conta é a criação de uma Ouvidoria para acolher a demanda dos usuários, dos prestadores e dos demais envolvidos na operação, com o objetivo de mediar conflitos e atenuar as reclamações de todos os lados.

Assim, ao invés de administrarmos o benefício-saúde (ou pagar tratamentos) e tentar controlar seus custos, passaremos a fornecer informações de saúde, apoiando e aconselhando beneficiários, médicos e prestadores, com minimização da burocracia.

  • Simplificação administrativa
  • Aumento da confiança recíproca
  • Satisfação do usuário
  • Preocupação com a qualidade de vida

Por fim, a organização da carteira por grupos diagnósticos ou por condições de saúde semelhantes, permitirá uma dedicação integral e homogênea por parte dos gestores e dos profissionais de saúde.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar, Blogueiro, blogueiro e Ouvidor certificado pela Associação Brasileira de Ouvidores – Ombudsmann.

jfermon.blogspot.com

 

 

quarta-feira, 15 de julho de 2009

GASTOS COM REMÉDIOS SÃO BENÉFICOS PARA AS OPERADORAS

Comumente entre os primeiros lugares nas reclamações junto aos órgãos de defesa do consumidor, está na hora dos planos de saúde mudarem seu foco, esquecendo um pouco a fiscalização que lhes é tão onerosa para unir-se aos prestadores de assistência médica e, sobretudo, para investir na atenção ao cuidado com seus beneficiários.

É sobejamente sabido por todos nós do setor que as pessoas idosas gastam mais com a saúde, mas poucos de nós nos preocupamos em fornecer o medicamento para essas pessoas, como um dos fatores de atenção preventiva de fato.

Remédios não aumentam custos quando corretamente ministrados. Remédios reduzem doenças e consequentemente os custos. Ademais, nos casos de distribuição dos medicamentos pelas próprias operadoras, o preço do remédio tende a reduzir drasticamente por causa da economia de escala. Ou seja: compra grande, preço pequeno. Mesmo quando o valor é repassado integralmente para o usuário, todos saem ganhando com a economia de custos e o resultado satisfatório para a saúde.

Não custa repetir que tão importante quanto o acesso ao médico é o acesso ao medicamento e com usuários felizes teremos menos problemas e melhores resultados. É a lógica do sistema.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Blogueiro.

jfermon.blogspot.com

terça-feira, 14 de julho de 2009

GESTÃO DO TEMPO (1)

Um consultor, especialista em gestão do tempo, quis surpreender a Assistência numa conferência. Tirou debaixo da mesa um frasco grande de boca larga.

Colocou-o em cima da mesa, junto a uma bandeja com Pedras do tamanho de um punho, e perguntou: -"Quantas pedras pensam que cabem neste frasco?"

Depois dos presentes fazerem suas conjecturas, começou a meter pedras até que encheu o frasco. E aí perguntou: -"Está cheio?"
Todos olharam para o frasco e assentiram que sim. Então ele tirou debaixo da mesa um saco com gravilha (pedrinhas pequenas, menores que a brita). Colocou parte da gravilha dentro do frasco e agitou-o.

As pedrinhas penetraram pelos espaços deixados pelas pedras grandes. O consultor sorriu com ironia e repetiu: -"Está cheio?"

Desta vez os ouvintes duvidaram: -"Talvez não.", responderam.
- "Muito bem!", disse ele, e pousou na mesa um saco com areia que começou a despejar no frasco. A areia infiltrava-se nos pequenos buracos, deixados pelas pedras e pela gravilha.
-"Está cheio?", perguntou de novo.
-"Não!", exclamaram os presentes. Então o consultor pegou uma jarra com água e começou a derramar para dentro do frasco. O frasco absorvia a água sem transbordar.

-"Bom, o que acabamos de demonstrar?", perguntou.
Um ouvinte, mais afoito, arriscou:
-"Que não importa o quão cheia está a nossa agenda; se quisermos, sempre conseguimos fazer com que caibam mais compromissos."
-"Não!", concluiu o especialista, "o que esta lição nos ensina é que se não colocarem as pedras grandes primeiro, nunca poderão colocá-las depois...
E quais são as grandes pedras nas nossas vidas? A pessoa amada, nossos filhos, os amigos, os nossos sonhos e desejos, a nossa saúde.
Lembrem-se: ponham-nos sempre primeiro. O resto encontrará o seu lugar!

O autor da história acima, obtida na Internet, é desconhecido, mas este é um tema que vamos abordar muitas vezes, porque raro é encontrar um Gestor de Saúde com tempo para conversar e apreender.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

CNS DISCRIMINA A POPULAÇÃO BRASILEIRA

Saúde da mulher, saúde do idoso, saúde do homem... Não dá para acreditar.

Na última quarta-feira (8) o Conselho Nacional de Saúde aprovou a Política Nacional de Saúde do Homem. Pode?

Chega de as autoridades governamentais inventarem moda. Isso é discriminar a nossa sofrida população! A saúde é um direito de todos.

O que precisamos, homens ou mulheres, crianças ou idosos, é de uma rede de atenção primária, com ações preventivas de educação e de promoção da saúde. Para isso basta equipar os postos de saúde espalhados por quase todos os municípios, hierarquizando o atendimento de referência para a rede hospitalar e colocar a turma para trabalhar.

Ninguém deveria bater em porta de hospital sem antes passar pelos postos de saúde, salvo os casos de urgência ou de emergência cirúrgica.

Os postos de saúde funcionariam como o que na saúde suplementar chamaríamos de clínicas de regulação (ou de contenção – para sermos mais explícitos), encaminhando apenas os casos em que se requeiram atendimento especializado.

Essa medida não só organizaria o sistema de saúde pública, como mudaria a cultura nacional de que diante de um problema qualquer, deve-se correr para o hospital.

Mudando a cultura da população, essa política elementar ajudaria também na saúde suplementar, com a criação (e melhor aceitação pelos beneficiários) das clínicas de referência ou até do atendimento em casa, que é mais barato e eficaz.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

CÂNCER INFANTIL - MALDADE DA NATUREZA

Bendito sejam os engarrafamentos, as dificuldades do dia-a-dia, a briga diária com nossos rebentos para escovar os dentes, tomar banho, voltar cedo para casa e dirigir com cuidado.

Pior é a situação de inúmeras famílias que tem seus filhos pequenos prostrados em leitos de hospitais, algumas vezes sem esperança diante de uma situação irreversível.

Ao longo de toda a minha experiência nos setor de saúde, principalmente quando trabalhei na Campanha Nacional de Combate ao Câncer do Ministério da Saúde, vi cenas de cortar o coração: pais e mães num estado íntimo de desespero e profunda tristeza que nunca me sairão da mente, se contrapondo à alegria das crianças nos hospitais, que ignorando a própria sorte se divertem com os brinquedos, as companhias e os recursos oferecidos em alguns desses lugares como um complemento terapêutico.

O Instituto Nacional do Câncer estima que em torno de 85% das crianças acometidas de câncer tem chances de cura e a maioria dessas crianças terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Mas enquanto a cura não vem, ficam o desespero e o sofrimento do câncer infantil que, a meu ver, é uma maldade da natureza. Ah, se pudéssemos trocar de lugar com nossos filhos nessas horas!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

ANS E MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FORTALECEM O SISTEMA DE SAÚDE SUPLEMENTAR

A Agência Nacional Saúde Suplementar (ANS) assinou um acordo de Cooperação Técnica com o Ministério Público Federal, para o intercâmbio de informações e para apurar e reprimir práticas lesivas ao setor, segundo nota da própria agência reguladora.

Embora assinado pelo Procurador Geral Antonio Fernando de Souza ao apagar das luzes de seu mandato, a medida é de uma importância sem precedentes, uma vez que fortalece e – por que não dizer – moraliza cada vez mais o sistema de saúde suplementar brasileiro.

Muito alinhado com seu antecessor no cargo, o novo Procurador da República, Dr. Roberto Gurgel, cujo nome foi aprovado ontem pelo Senado, informou que não conseguirá cumprir suas funções sem o diálogo permanente com outras instituições da sociedade e garantiu sua aproximação “com todos os órgãos de controle”.

Os Procuradores da República Aurélio Veiga Rios, da Câmara de Coordenação, e Fabiano de Moraes, do Grupo de Trabalho sobre Planos de Saúde, que no mês  passado participaram da solenidade de assinatura do acordo, deverão assegurar a continuidade desse intercâmbio.

Aliás, segundo o novo Procurador Geral em seu pronunciamento no Senado, as Câmaras de Coordenação precisam ter seu papel intensificado e é necessário retirar o caráter personalista da atuação do MP. “Quem atua é a instituição” disse o Dr.Gurgel.

Com a cooperação estabelecida, ganha a ANS, ganham os Prestadores de Serviço em Saúde e as Operadoras de planos privados de assistência à saúde. Parabéns!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Blogueiro.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

HOMOSSEXUAIS NOS PLANOS DE SAÚDE

Nesta semana o Supremo Tribunal Federal decidiu, através de uma resolução do Conselho Deliberativo do STF-MED, sua autogestão em saúde, que pelo menos em sua própria casa, as relações homoafetivas são reconhecidas como legais.

Há vários precedentes em decisões da Justiça Federal e do Superior Tribunal de Justiça sobre este tema, sempre a favor dos parceiros, e o assunto não tem mais que ser discutido.

A decisão do STF, porém, embora restrita ao âmbito de sua autogestão em saúde, é de certa forma consagradora do princípio da igualdade dos direitos nesses casos.

A partir de agora nenhum plano de saúde poderá impor restrições a dependentes companheiros homossesuais, sabendo como pensam os ministros da nossa Suprema Corte. Será perda de tempo e desgaste na própria imagem da operadora.

Os critérios de elegibilidade são os mesmos: comprovação de relação estável através de declaração pessoal dos parceiros, declaração de IR conjunta, residência comum há mais de três anos, etc.

Em acórdão do STJ em 2006, o então ministro Humberto Gomes de Barros, foi taxativo: “O homossexual não é cidadão de segunda categoria. A opção ou condição sexual não diminui direitos e, muito menos, a dignidade da pessoa humana”.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A LÓGICA DA CASSI

Há dois anos estudando o assunto, a Cassi emitiu discretamente em abril uma solicitação de cotação para contratar consultoria externa para serviços de gerenciamento de doenças e gerenciamento de casos.

Além da transferência de “know how” para capacitar seus próprios profissionais, deverá ser feito o mapeamento da carteira para identificar a população-alvo e serão emitidos relatórios sobre o desenvolvimento do trabalho com classificação por grupos diagnósticos e as doenças crônicas em seus diversos graus de complexidade.

Antes, em processo idêntico, já convocara outras empresas para apresentar propostas para o Programa de Benefício Medicamentos (PBM), a fim de facilitar o acesso de remédios a seus beneficiários. Ora, raro é o caso de consulta médica que o paciente não sai com uma receita na mão!

Tudo indica que a empresa escolhida para ambos os casos está entre as mais aptas à prestação de tais serviços, fruto da incorporação de diversas outras que atuam na gestão de benefícios em seus diversos segmentos, inclusive de distribuição farmacêutica.

Assim, vemos que a Cassi, uma das duas únicas operadoras de autogestão no país com mais de meio milhão de vidas assistidas (a outra é a GEAP), está no caminho certo para acertar o passo.

O conflito com os três hospitais de Brasília não deve preocupar ninguém, pois são três hospitais de um dono só. Aí é outra história.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

SEM PREVENÇÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO

Mais uma vez a evidência escancara a nossa porta e os planos de saúde dão abrigo a uma inércia incompreensível, que ameaça sua própria sobrevivência.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) identificou de cara, em 35 mil atendimentos realizados em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde, que uma em cada três pessoas tem elevado risco cardiovascular, que pode levar ao infarto ou derrame (AVC).

Esses atendimentos foram realizados com pacientes do SUS no Mutirão do Coração, mas é óbvio que igual cenário poderá estar entre os beneficiários das operadoras e autogestões, ameaçando a qualidade de vida da população assistida e com perspectivas sombrias para as finanças dos respectivos planos.

Enquanto é apenas um número, o beneficiário de risco vai gastando aquele pouquinho com algumas consultas e exames e, desconhecido dos gestores, não percebemos que ali está um belo exemplo a ser posto em prática de como cuidar da saúde sem esperar para gastar com a doença.

É tão fácil e barato fazer uma avaliação clínico-epidemiológica das carteiras de saúde! Ainda custo a crer que a maioria não toma essa providência simples, de mandar fazer uma fotografia (ou radiografia) da sua carteira, para ver como está sua população “por dentro” e assim orientar suas ações estratégicas.

E aí vão fechando os planos de saúde, de cerca de 2 mil operadoras há 10 anos, para 1.259 hoje, com muitas em grandes dificuldades, embora o número de beneficiários tenha crescido muito nos últimos anos.

domingo, 5 de julho de 2009

OUVIDORIA E MEDIAÇÃO NOS PLANOS DE SAÚDE

O permanente conflito entre operadoras, prestadores e usuários, mais uma vez escorre pelas páginas dos jornais, desta vez em Brasília, com os pediatras suspendendo o atendimento de convênios e a CASSI às voltas com o mesmo problema junto à rede credenciada.

Embora tenha havido ajustes de preço nas tabelas nos últimos anos, o relacionamento entre médicos e operadoras é sempre tenso e desconfiado, porque nenhum dos lados está satisfeito, muito menos o principal personagem do sistema, que é o usuário.

Os mecanismos de fiscalização da assistência médica são muito caros e, por seu lado, os profissionais “enfiam a faca” para compensar sua baixa remuneração.

Médico não é adversário e os planos de saúde não são inimigos. Está na hora de harmonizar interesses, reduzir exigências e abrandar o espírito beligerante que reina no setor.

Está na hora dos planos de saúde criarem câmaras de ouvidoria e mediação, para conciliar os interesses e acertar o passo. Os usuários agradecem.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Ouvidor certificado pela Associação Brasileira de Ouvidores – Ombudsmann.

sábado, 4 de julho de 2009

Blogueiro Profissional, hem? Quem diria!

Hoje, 4 de julho de 2009, eu inicio minha vida como blogueiro profissional, para tratar de assuntos ligados à área de saúde suplementar.

Serão dicas, comentários, críticas e sugestões sobre esse segmento da saúde no Brasil, que atende mais de 52 milhões de brasileiros, movimenta cerca de 40 bilhões de reais por ano e realiza 800 milhões de atendimentos através de suas 1.525 operadoras (ANS-03/2009); há algumas outras tantas sem registro, que não dão bolas para a agência reguladora.

A data de hoje lembra a independência dos Estados Unidos, com a criação da república americana. A propósito: vamos, sim, ter a oportunidade de comentar sobre o falido sistema de saúde americano e discutir o que está se fazendo a respeito.

Por fim, sem a habilidade do sobrinho que me é mais próximo em todos os momentos, tanto no sentido geográfico como no sentido afetivo, que ofereceu seu apoio técnico, desenvolveu e administra este Blog com uma capacidade e uma visão tecnológica que eu não teria, este projeto não passaria dos anseios deste experiente e entusiasmado militante da área de saúde suplementar.

Portanto, muito obrigado ao Iran Jr., o número 1 da equipe.